Fez recentemente três anos que fiz a minha primeira animação de casamento por minha conta, o primeiro casamento da Deluxom. As redes sociais também servem para nos lembrar destas coisas, não pode ser só para vermos os outros a ostentar o novo produto da moda ou alguém a postar fotos das férias em Bali, enquanto eu se conseguir ir ao Algarve já vou com sorte 😀
Este serviço surgiu através de um colega, que me contactou cerca de um mês depois de eu ter saído da empresa de animação onde estava (se tiverem curiosidade sobre o meu percurso na área da animação de eventos podem ler este post). Ele tinha um amigo que ia casar, e procurava um DJ para o serviço. Como era um casal por volta dos 50 e sendo um segundo casamento para ambos, eles queriam uma festa mais intimista, mais condizente com o que eles valorizam e gostam, que não é necessariamente o que um casal nos 20’s valoriza. O meu colega lembrou-se logo de mim.
Fomos então postos em contacto, e criou-se logo uma boa conexão, eu consegui perceber aquilo que eles procuravam, e eles sentiram empatia e confiança em mim e no meu trabalho. Lá fizemos umas reuniões para acertar pormenores e a visita técnica ao local do evento, um lindo restaurante no cais de Gaia, com vista para o Douro e a cidade do Porto.
Já tinha realizado muitos casamentos enquanto trabalhador de outras empresas de animação, logo não era nada que já não tivesse habituado. Como sempre, sentia um misto de adrenalina e vontade de mostrar o meu trabalho, com a ansiedade e a preocupação em garantir que tudo corresse bem. Desta vez o peso da responsabilidade era ainda superior. Quem trabalha com pessoas sabe que existe muita coisa imprevisível, muita coisa que pode correr mal, ou menos bem 😉 , mesmo ao melhor ou mais experiente profissional. E isso aumentava ainda mais o meu lado ansioso e stressado, não por não confiar nas minhas capacidades, pois se assim fosse nem sequer trabalharia na área, mas porque quero que os noivos tenham sempre um dia de sonho e que eu contribua ao máximo para isso.
Lá no fundo sabia que o que sentia era irracional, que apesar da responsabilidade ser acrescida não devia me preocupar mais do que o habitual uma vez que já era eu quem muitas vezes dava a cara noutros eventos quando trabalhava para outros. Mas não podia deixar de o sentir.
Para piorar a situação não estava a conseguir montar todo o meu material pois estava de volta de uma TV que não estava a colaborar e era importante para a receção dos convidados. O problema nem era meu, pois a minha responsabilidade era apenas reproduzir o som de um vídeo, mas não podia deixar de ajudar. Como chego ao local com muita antecedência, e vou sempre precavido com todo o tipo de cabos e adaptadores extra, lá resolvi a situação e pude acabar de tratar das minhas coisas bem a tempo da chegada dos convidados.
A receção dos convidados e a cerimónia correram lindamente, o que fez com que o stress e ansiedade começassem a diminuir e a serem completamente ultrapassados pela vontade de mostrar as minhas capacidades e ajudar a canalizar toda a energia positiva e alegria que se sentia dentro daquele espaço numa festa para todos recordar. E assim foi, após o banquete começou então a festa propriamente dita, com a malta toda animada e a dançar durante umas boas horas, parando apenas aquando do corte do bolo e de uma pequena ceia.
O feedback foi extremamente positivo, quer dos noivos quer dos convidados, o que me deixa sempre orgulhoso como é claro. Guardo com carinho as memórias deste casamento, principalmente por ter sido um marco na minha vida, por ter sido o primeiro enquanto Deluxom Produções. Ainda que mais pequeno que o habitual, ainda que diferente, será sempre o primeiro, será sempre especial. E agora que penso nisso é engraçado que apesar de me lembrar bem do casamento, já não me lembrava da parte negativa para mim, que foi ter sido multado pela polícia sem culpa nenhuma (estacionei onde me indicaram), e pior ainda ter batido com o carro num meco quando o fui meter noutro lado, ou seja acabei o dia com prejuízo 🙁
Costuma-se dizer que nos lembramos mais de coisas más, mas pelo menos neste caso tal não é verdade. Irei me lembrar para sempre deste casamento, o primeiro de muitos.